HISTÓRIA N.º 01: Aluno ouvinte
"Ao fazer minha matrícula na FCAP, não me aceitaram como aluno
regular, por não ter apresentado documento de regularidade com o
serviço militar. Aconteceu que eu não tinha idade nem para me
alistar. Como não havia previsão para a situação, fiquei como
"ouvinte" por uns cinco meses.
Só me apresentei no
Exército, no início do quarto ano da faculdade. Paguei multa, mas
fiquei detido por cerca de oito horas, num ambiente sem cobertura,
curtindo o sol de Belém. Mas acabou bem.
- Adelson Alfonso Carneiro Fernandes, Macapá, AP., 02/01/22.
HISTÓRIA N.° 02: A Prova
Era noite da véspera de uma prova difícil. Talvez de Química Analítica ou Botânica, as duas feras de todos os calouros. O grupo de estudo estava aflito. Bateram na porta da casa. Alguém foi atender. Se deparou com uma figura "conhecida" que dizia estar com a prova que seria aplicada na manhã do dia seguinte. O grupo todo em volta da mesa de estudos. A que foi atender a porta chegou dizendo que estava com a "prova"! Foi um alvoroço só! Um olhava pro outro se perguntando: quem vai fazer as questões? Eu, com uma tonelada de remorso sobre os ombros saí de fininho. Me despedi e fui embora...
Foi durante a realização de uma prova. Não lembro qual a matéria. Só sei que foi numa sala do andar superior, corredor do lado direito do prédio central da UFRA. Sentei-me na primeira fila, do lado esquerdo de frente onde estava a mesa do professor. Eu ocupava a 8.ª ou 9.ª coluna dessa fila. A prova tinha começado. Na carteira atrás da minha sentou-se um colega, digamos repetente, o Cláudio Guimarães, locutor esportivo na época. Já no final do primeiro tempo, isto é, no meio da prova, ele fala baixinho pra mim: – Manda a resposta da questão “xis”, e jogou uma folha de papel em branco amassada, que bateu nas minhas costas e escorreu pra debaixo de minha carteira, quase tinha sido gol! E continuou gemendo de lá: – Gondim! Manda a resposta da questão nessa folha de papel! Eu, impávido estava, impávido fiquei. Nisso, vi o professor vindo em minha direção. Mais que depressa localizei onde estava a folha de papel e pisei sobre ela firmemente. O professor caminhando lentamente passou por mim e seguiu até o fundo da sala. E a voz do colega de trás continuava: – Manda a resposta da questão, p.!!! O tempo da prova terminou, levantei-me e entreguei a minha prova na mesa do professor. O colega continuava sentado, p.d.v. comigo!
Carlos José Esteves Gondim, Belém, PA. 15/01/22.
HISTÓRIA N.º 08. Lanchei na casa do Seu Albério
Vou contar um caso que se passou comigo agora, em dezembro de 2021. Ao sair da fisioterapia do Hospital Belém de tarde, me deu uma fome enorme. Vou na esquina ver se eu compro uma merenda pra comer. Cheguei na esquina do Bosque Rodrigues Alves, parei e perguntei para um cidadão: – Onde tem uma lanchonete por aqui? Ele respondeu que só tinha ali na frente uma uma lanchonete, que era uma padaria. Aí atravessei a rua, entrei na lanchonete e pedi o lanche. Fiquei olhando pra dentro da casa. Aí os meus neurônios começaram a trabalhar. Eu pensei: – Égua eu conheço isso aqui! Acho que eu já vim aqui alguma vez! Aí cheguei a conclusão: estava na casa de um colega meu onde eu geralmente ia estudar! Quando estudava Química aí, a gente contratou um professor, ou melhor, um ex-professor pra ir dar aula pra gente. A gente se quotizava e ele dava aula. Aí eu disse pro rapaz: – Estou conhecendo essa casa aqui! Essa casa aqui me parece a casa do Seu Albério, pai do Ítalo Albério, meu colega. Chamei o rapaz e falei: – Eu sei quem é o dono dessa casa aqui! Você conhece um Albério? – Ele era meu avô. Fiquei surpreso! Lanchando e reconheci a casa do pai do Ítalo Albério.
Esse aí foi um causo sem querer. Aconteceu.
Fabiano Pontes Fidalgo, Belém, PA, 16/01/22.
HISTÓRIA N.º 09: Como se media a temperatura nos termômetros seco e úmido
Era prova prática de Climatologia e Meteorologia Agrícolas. Os professores Francisco Barreira e José Rodrigues estavam na sala que tinha uma bancada revestida de azulejos brancos - ou seria a bancada de madeira preta?! - , na ala esquerda do prédio Central da UFRA, onde denominávamos de Engenharia. Sobre a bancada diversos equipamentos meteorológicos. Entravam de 2 em 2 alunos. Os outros aguardavam no corredor. Chegou a minha vez. Entrei e o prof. Chico Barreira me chamou. Sentei em uma cadeira à sua frente do outro lado da bancada. Começou a prova. - Me mostre como se mede a temperatura seca e úmida? Falou ele, apontando para os equipamentos sobre a mesa. Eu, nervoso, comecei à falar e de repente segurei o bulbo do termômetro seco. E continuei a minha explicação sempre segurando o bulbo. Depois de alguns minutos que pareceriam uma eternidade, ele vira-se pra mim e diz mais ou menos assim: - Carlos Gondim, se você medir a temperatura do ar do jeito que você mostrou pra mim, então mediu a sua própria temperatura! Tá liberado. Saí cabisbaixo...
Carlos José Esteves Gondim, Belém, PA. 16/01/22.
HISTÓRIA N.º 10: Sonhos e Realidades
Meu coração ainda funciona e bate bem nos dias atuais. Quando morava em Belém, alguns vizinhos exploradores me convidaram, para ir à selva, curtir a natureza, seus encantos e observar o canto dos pássaros. Naquela noite acampamos em um barraco para dormir em redes com mosquiteiros. Tarde da noite começou a chover muito forte com raios. Levantei meio adormecido para ir urinar. No escuro esbarrei em uma pessoa. Era um índio, seminu, seu rosto pintado, muito feio, orelhas furadas e sem dentes. Pensei que era o diabo e gritei mais alto que o Tarzan (o homem-macaco) e acordei todo mundo! Meu coração começou a bater muito rápido com o tremendo susto, prestes a ter um infarto. Uma vez normalizado, me explicaram tudo. Que os membros daquela tribo não têm noção de privacidade e propriedade. O índio só queria se proteger da chuva!
Outro dia fui ao mercado popular comprar carne, que ficava no final da avenida Almirante Barroso. Morava perto no edifício Vasco da Gama. Aconteceu assim que a compra foi feita. Quando eu estava andando dentro do mercado, fui atacado por dois “urubus” (abutres) e tiraram a bolsa das minhas mãos! Outro susto tremendo! Eu fugi, e os abutres andavam calmamente como as pessoas, dentro do mercado. O Ano era 1972. Depois me disseram que isso era normal, que eu deveria estar atento. Enfim! Nunca mais visitei este lugar!
– Gustavo Valenzuela Anez, o Gustavito. 18/01/22.
Versão original em espanhol:
Mi corazon todavia funciona y late bien, in dis como hoy, cuando vivia en belem , unos vecinos exploradores me invitaron , para ir a la selva, a difrutar de la naturaleza, sus encantos y observar el cantar de los pajaros , eda noche acampamos en una churuata para dormir en hamacas con mosquiteros , entrada la noche comenzo a llover muy fuerte con relampagos , yo me pare semidormido para ir a orinar, em la oscuridad tropeze con una persona, era un indigena, semi desnudo, la cara pintada, muy feo, las orejas con huecos y sin dientes ,yo pense que era el diablo y grite mas alto que tarzan( el hombre mono) y desperte a todos, mi corazon comenzo a latir muy rapido del tremendo susto, a punto de infarto, una vez normalizado todo me explicaron, que los miembros de esa tribu, no tienen sentido de la privacidad y propiedad , el indio solo queria protegerse de la lluvia, otro dia fui al mercado popular a comprar carne, que quedava al final de la avenida almirante barroso , yo vivia cerca en el edificio vasco de gama , sucede una vez realizada la compra, cuando caminaba dentro del mercado , fui atacado por dos zamuros( urubu) y me quitaron la bolsa de lad manos, otro susto tremendo, sali corriendo, los zamuros se pasean tranquilamente como personas dentro del mercado, 1972, luego me dijeron que esto era normal, que estuviera atento.en todo, yo mas nunca visite rdr lugar.
– Gustavo Valenzuela Anez, o Gustavito. 18/01/22.
HISTÓRIA N.º 12: Tinha Jararaca no meu arroz!
Estávamos plantando arroz na várzea, NHA da Prof.ª. Natalina (Minha amada tia) . Eu pegava as mudas de arroz, com a lama até no joelho e jogava para o Cezario, Everaldo e Sawaki que faziam o plantio. De repente o Sawaki cochichou com os dois alguma coisa e disse: – Larga essa touceira e vem aqui rápido!
Fiz força para me movimentar na lama e chegar até eles. Rapidamente, Sawaki pulou para onde eu estava e bateu com o facão na touceira de mudas que eu estava jogando. E assim me salvou de uma cobra Jararaca que estava enrolada no meio das mudas de arroz.
- Eva Maria Daher Abufaiad, 25 de janeiro de 2022.
Adelson! Ficastes num ou nú?
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