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Cada Causo é um Causo

APRESENTAÇÃO

            Começamos hoje, 02/01/2022, domingo, mais uma forma de nos reunirmos virtualmente. Relembrar os tempos vividos na Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, FCAP, hoje Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA. O convite foi feito no grupo do WhatsApp e o primeiro a contar a sua pequena lembrança foi o nosso querido colega Adelson Alfonso Carneiro Fernandes, ou simplesmente Adelson. Leiam e compartilhem essa agradável lembrança.            

HISTÓRIA N.º 01: Aluno ouvinte

"Ao fazer minha matrícula na FCAP, não me aceitaram como aluno regular, por não ter apresentado documento de regularidade com o serviço militar. Aconteceu que eu não tinha idade nem para me alistar. Como não havia previsão para a situação, fiquei como "ouvinte" por uns cinco meses.
            Só me apresentei no Exército, no início do quarto ano da faculdade. Paguei multa, mas fiquei detido por cerca de oito horas, num ambiente sem cobertura, curtindo o sol de Belém. Mas acabou bem. 

Adelson Alfonso Carneiro Fernandes, Macapá, AP., 02/01/22.


            

HISTÓRIA N.° 02: A Prova

Era noite da véspera de uma prova difícil. Talvez de Química Analítica ou Botânica, as duas feras de todos os calouros. O grupo de estudo estava aflito. Bateram na porta da casa. Alguém foi atender. Se deparou com uma figura "conhecida" que dizia estar com a prova que seria aplicada na manhã do dia seguinte. O grupo todo em volta da mesa de estudos. A que foi atender a porta chegou dizendo que estava com a "prova"! Foi um alvoroço só!  Um olhava pro outro se perguntando: quem vai fazer as questões? Eu, com uma tonelada de remorso sobre os ombros saí de fininho. Me despedi e fui embora...

Naqueles tempos as provas eram datilografadas em papel estêncil e depois reproduzidas no mimeógrafo. O funcionário encarregado disso fazia quase sempre sozinho. O professor depositava total confiança no sigilo dele... 
- Carlos José Esteves Gondim. Belém, 15/01/22.


HISTÓRIA N.° 03: Plantando arroz com a Tico-tico
Esta aconteceu comigo na prova prática de Trabalhos Práticos de Agricultura, TPA.  Uma turma ficou com o prof. Murilo Monteiro e outra com o prof. Rubem Lima
Eu fiquei com o Rubens Lima que me pediu para colocar sementes de arroz na máquina tico-tico  e plantar.  Falei que o prof. Murilo Monteiro não tinha dado essa  prática.  Ele foi perguntar para o Murilo. O éfidêpê disse que tinha dado...
Iniciei o plantio até onde ele marcou e voltar em outra linha.  Só  que eu de tanto nervoso, voltei pelo mesmo caminho, não dei os passos para o espaçamento.   Aí o Rubens Lima virou e disse:
- Meu filho, se tu fosses plantar arroz para uma empresa ou produtor não  tinha semente que chegasse!!!!
- João Batista Rodrigues Fernandes. São Luís, MA. 15/01/22.


HISTÓRIA N.º 04: A Trincheira
        Nosso grupo  de estudo era eu João Batista, Lemos, Ítalo,  Paulo Leite, Minelvina e algumas vezes a Pérola também participava.
O prof. Ítalo Falesi pediu que estudássemos através de uma trincheira, um perfil de solo.
Como o pai da  minha namorada, hoje esposa Sandra, seu Manoel, possuía um sítio em Icoaraci, eu, Ítalo, Lemos e Paulo já íamos pra lá alguns domingos. Éramos muito unidos.
Então  acertamos um domingo com o grupo de estudos, incluindo agora a Minelvina.
Fizemos a trincheira - ficou um buraco enorme - tomando caipirinha...
Depois de cavada colocamos a Minelvina dentro, pra ela ver os horizontes  A, BC,  etc.
Ai, por sacanagem, dissemos que ela tinha que sair sozinha!!!
Nossa amiga virou  fera! Chegou até a chorar...
Depois, tiramos ela que xingou todo mundo mas tudo terminou numa boa!!! Com muita caipirinha!
João Batista Rodrigues FernandesSão Luís, MA. 15/01/22.


HISTÓRIA N.º 05: O causo que virou graça

    Não sei se vocês lembram que na nossa turma alguns tinham o hábito de fazer bolinha de papel com pedrinha dentro e, de longe acertava a cabeça de um colega? E doía muito. Encerrada a aula que antecedia a prova de Tecnologia com o professor Alfonsão, ele começou a fazer a chamada e todo engraçado perguntava: - Sr. Fulano! O senhor não esteve presente na ultima aula? O senhor gostaria de estar presente? E a turma foi chegando, fazendo um semicírculo em volta da mesa. O Rosivaldo levantou-se então do seu lugar e jogou uma bolinha na cabeça do Coqueirinho. Ele era uma das vitimas e resolveu se vingar. Pegou a bolinha e revidou no Rosivaldo que já estava em frente ao Professor.  Percebendo a atitude do colega o Rosivaldo tirou o corpo fora e a bola acertou o peito do Alfonsão, que ficou uma fera, encerrou a chamada e saiu para a sua sala. A turma ficou apreensiva por causa da prova e fomos falar com o Professor (Coqueirinho, Paulo Santos, Eu e mais alguém que não lembro). O Coqueirinho se acusou, pediu desculpas e falou da nossa preocupação com a prova. O Professor aceitou e disse - Mas rapaz você acha que eu ia prejudicar a turma toda por isso? Está tudo bem! 
Saímos dali aliviados do susto!
Ítalo Augusto de Souza Albério, Belém, PA. 15/01/22.


HISTÓRIA N.º 06: Desespero em cima do trator

        Em uma aula prática de Mecânica com o Prof. Couceiro ou de Práticas Agrícolas com o Prof. Murilo, não lembro muito bem, quando foi aprender a dirigir trator a Minelvina subiu, deu partida e sem conseguir dominar o "maldito" que, pra seu desespero, começou a rodopiar, gritava pedindo socorro, dizendo: - Eu juro que nunca mais vou andar de trator!!! Tirem-me daqui!!!! Soocccoooorrrrroooooo!
Foi cômico.

HISTÓRIA N.º 07: A "cola" que não chegou

Foi durante a realização de uma prova. Não lembro qual a matéria. Só sei que foi numa sala do andar superior, corredor do lado direito do prédio central da UFRA. Sentei-me na primeira fila, do lado esquerdo de frente onde estava a mesa do professor. Eu ocupava a 8.ª ou 9.ª coluna dessa fila. A prova tinha começado. Na carteira atrás da minha sentou-se um colega, digamos repetente, o Cláudio Guimarães, locutor esportivo na época. Já no final do primeiro tempo, isto é, no meio da prova, ele fala baixinho pra mim: – Manda a resposta da questão “xis”, e jogou uma folha de papel em branco amassada, que bateu nas minhas costas e escorreu pra debaixo de minha carteira, quase tinha sido gol! E continuou gemendo de lá: – Gondim! Manda a resposta da questão nessa folha de papel! Eu, impávido estava, impávido fiquei. Nisso, vi o professor vindo em minha direção. Mais que depressa localizei onde estava a folha de papel e pisei sobre ela firmemente. O professor caminhando lentamente passou por mim e seguiu até o fundo da sala. E a voz do colega de trás continuava: – Manda a resposta da questão, p.!!! O tempo da prova terminou, levantei-me e entreguei a minha prova na mesa do professor. O colega continuava sentado, p.d.v. comigo!

Carlos José Esteves Gondim, Belém, PA. 15/01/22.


HISTÓRIA N.º 08. Lanchei na casa do Seu Albério

    Vou contar um caso que se passou comigo agora, em dezembro de 2021. Ao sair da fisioterapia do Hospital Belém de tarde, me deu uma fome enorme. Vou na esquina ver se eu compro uma merenda pra comer. Cheguei na esquina do Bosque Rodrigues Alves, parei e perguntei para um cidadão: – Onde tem uma lanchonete por aqui? Ele respondeu que só tinha ali na frente uma uma lanchonete, que era uma padaria. atravessei a rua, entrei na lanchonete e pedi o lanche. Fiquei olhando pra dentro da casa. Aí os meus neurônios começaram a trabalhar. Eu pensei: – Égua eu conheço isso aqui! Acho que eu já vim aqui alguma vez! Aí cheguei a conclusão: estava na casa de um colega meu onde eu geralmente ia estudar! Quando estudava Química aí, a gente contratou um professor, ou melhor, um ex-professor pra ir dar aula pra gente. A gente se quotizava e ele dava aula. Aí eu disse pro rapaz: – Estou conhecendo essa casa aqui! Essa casa aqui me parece a casa do Seu Albério, pai do Ítalo Albério, meu colega. Chamei o rapaz e falei: – Eu sei quem é o dono dessa casa aqui! Você conhece um Albério? – Ele era meu avô. Fiquei surpreso! Lanchando e reconheci a casa do pai do Ítalo Albério. 

Esse aí foi um causo sem querer. Aconteceu.

Fabiano Pontes Fidalgo, Belém, PA, 16/01/22.



HISTÓRIA N.º 09: Como se media a temperatura nos termômetros seco e úmido

            Era prova prática de Climatologia e Meteorologia Agrícolas. Os professores Francisco Barreira e José Rodrigues estavam na sala que tinha uma bancada revestida de azulejos brancos - ou seria a bancada de madeira preta?! - , na ala esquerda do prédio Central da UFRA, onde denominávamos de Engenharia. Sobre a bancada diversos equipamentos meteorológicos. Entravam de 2 em 2 alunos. Os outros aguardavam no corredor. Chegou a minha vez. Entrei e o prof. Chico Barreira me chamou. Sentei em uma cadeira à sua frente do outro lado da bancada. Começou a prova. - Me mostre como se mede a temperatura seca e úmida? Falou ele, apontando para os equipamentos sobre a mesa. Eu, nervoso, comecei à falar e de repente segurei o bulbo do termômetro seco. E continuei a minha explicação sempre segurando o bulbo. Depois de alguns minutos que pareceriam uma eternidade, ele vira-se pra mim e diz mais ou menos assim: - Carlos Gondim, se você medir a temperatura do ar do jeito que você mostrou pra mim, então mediu a sua própria temperatura! Tá liberado. Saí cabisbaixo...

Carlos José Esteves Gondim, Belém, PA. 16/01/22.

HISTÓRIA N.º 10: Sonhos e Realidades

Meu coração ainda funciona e bate bem nos dias atuais. Quando morava em Belém, alguns vizinhos exploradores me convidaram, para ir à selva, curtir a natureza, seus encantos e observar o canto dos pássaros. Naquela noite acampamos em um barraco para dormir em redes com mosquiteiros. Tarde da noite começou a chover muito forte com raios. Levantei meio adormecido para ir urinar. No escuro esbarrei em uma pessoa. Era um índio, seminu, seu rosto pintado, muito feio, orelhas furadas e sem dentes. Pensei que era o diabo e gritei mais alto que o Tarzan (o homem-macaco) e acordei todo mundo! Meu coração começou a bater muito rápido com o tremendo susto, prestes a ter um infarto. Uma vez normalizado, me explicaram tudo. Que os membros daquela tribo não têm noção de privacidade e propriedade. O índio só queria se proteger da chuva!

Outro dia fui ao mercado popular comprar carne, que ficava no final da avenida Almirante Barroso. Morava perto no edifício Vasco da Gama. Aconteceu assim que a compra foi feita. Quando eu estava andando dentro do mercado, fui atacado por dois “urubus” (abutres) e tiraram a bolsa das minhas mãos! Outro susto tremendo! Eu fugi, e os abutres andavam calmamente como as pessoas, dentro do mercado. O Ano era 1972. Depois me disseram que isso era normal, que eu deveria estar atento. Enfim! Nunca mais visitei este lugar!

Gustavo Valenzuela Anez, o Gustavito. 18/01/22.

Versão original em espanhol:

Mi corazon todavia funciona y late bien, in dis como hoy, cuando vivia en belem , unos vecinos exploradores me invitaron , para ir a la selva, a difrutar de la naturaleza, sus encantos y observar el cantar de los pajaros , eda noche acampamos en una churuata para dormir en hamacas con mosquiteros , entrada la noche comenzo a llover muy fuerte con relampagos , yo me pare semidormido para ir a orinar, em la oscuridad tropeze con una persona, era un indigena, semi desnudo, la cara pintada, muy feo, las orejas con huecos y sin dientes ,yo pense que era el diablo y grite mas alto que tarzan( el hombre mono) y desperte a todos, mi corazon comenzo a latir muy rapido del tremendo susto, a punto de infarto, una vez normalizado todo me explicaron, que los miembros de esa tribu, no tienen sentido de la privacidad y propiedad , el indio solo queria protegerse de la lluvia, otro dia fui al mercado popular a comprar carne, que quedava al final de la avenida almirante barroso , yo vivia cerca en el edificio vasco de gama , sucede una vez realizada la compra, cuando caminaba dentro del mercado , fui atacado por dos zamuros( urubu) y me quitaron la bolsa de lad manos, otro susto tremendo, sali corriendo, los zamuros se pasean tranquilamente como personas dentro del mercado, 1972, luego me dijeron que esto era normal, que estuviera atento.en todo, yo mas nunca visite rdr lugar.

Gustavo Valenzuela Anez, o Gustavito. 18/01/22.



HISTÓRIA N.º 11: O estágio forçado

Era Nota de Habilidade de Aplicação, NHA de Mecânica.
Minha equipe: Cezario, Eva, Everaldo, Tovica e Henrique Sawaky. Era sobre pane na miniatura de um caminhão alemão. Não me preocupei de aprender o mecanismo, só a teoria. Na defesa, o prof. Couceiro perguntou: – Eva, onde é a pane? Claro que eu não sabia. Olhei para o Cezario que soprou: – na cruzeta! E eu pensando que era esperta disse: – Na cruzeta. E o professor: – Onde fica a cruzeta? Everaldo soprou: – No sistema de transmissão! E eu repeti. O prof. falou: – Mostre onde fica o sistema de transmissão. Obviamente, eu não sabia. Resultado: Fiquei reprovada em Mecânica. Fui para a garagem com o João Rayol, que era o chefe e assim aprendi tudo sobre chaves, platinado e condensadores. Tinha um fusca. Fiquei no prego no meio da rua, as pessoas paravam querendo ajudar. Abri a tampa do motor, limpei o platinado e segui o meu caminho. Mentalmente, agradeço ao Prof. Couceiro pelo estágio forçado que fiz com o João Rayol.
Eva Maria Daher Abufaiad, 22 de janeiro de 2022.

HISTÓRIA N.º 12: Tinha Jararaca no meu arroz!

            Estávamos plantando arroz na várzea, NHA da Prof.ª. Natalina (Minha amada tia) . Eu pegava as mudas de arroz, com a lama até no joelho e jogava para o Cezario, Everaldo e Sawaki que faziam o plantio. De repente o Sawaki cochichou com os dois alguma coisa e disse: – Larga essa touceira e vem aqui rápido!

Fiz força para me movimentar na lama e chegar até eles. Rapidamente, Sawaki pulou para onde eu estava e bateu com o facão na touceira de mudas que eu estava jogando. E assim me salvou de uma cobra Jararaca que estava enrolada no meio das mudas de arroz.

- Eva Maria Daher Abufaiad, 25 de janeiro de 2022. 


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